Eu vi sobre o “Cursinho da Psico” no site do G1 essa semana e resolvi pesquisar um pouco mais sobre esse projeto.

Entrei no site e vi essa proposta MUITO legal que, pra mim, é um a alternativa mil vezes melhor que o sistema de cotas para “escola pública” nas Universidades estaduais e federais (que garante uma certa porcentagem das vagas para alunos que concluíram o Ensino Médio em instituições não privadas).

Primeiramente, não é que eu seja totalmente contra o sistema de cotas, mas eu acho que falar do descaso do governo com as escolas ao redor de nosso Brasil já virou um clichê! Todo mundo fala disso! E o pior é que é verdade.

Na coluna da Lya Luft na Veja da semana passada, ela salienta os péssimos lugares nos rankings mundiais que o Brasil vem assumindo em termos de Educação. Ainda, a escritora tomou como título de sua dissertação “Educação de Quarto Mundo”, já que os dados sobre o Brasil, realmente o deixaram abaixo de países como Paraguai, Equador e Bolívia (uns dos países mais pobres da América). Nosso país se encontra na 88ª posição no ranking da UNESCO de desenvolvimento educacional.

O pior é que fico me perguntando, quantas vezes essa ex professora universitária já não dissertou sobre esse assunto…

“O Cursinho da Psico é um projeto educacional sem finz lucrativos coordenado por estudantes do Instituto de Psicologia da USP que atende a jovens e adultos de baixa renda que desejam ingressar na Universidade.

(…) o Cursinho nasceu na tentativa de democratização do acesso à universidade pública, por entender que esse acesso não se dá de forma justa na realidade brasileira atual.

A partir do conceito de Pré-Universitário, o Cursinho oferece aos seus alunos uma forma de ensino ampla, que extrapola os limites do vestibular, levando em conta a formação política e cultural dos estudantes.” (do site do Cursinho da Psico)

Ao meu ver, o projeto é um grande incentivo ao estudo. Um incentivo para deixar de lado essa “mania” de varrermos os problemas para debaixo do tapete. Se os alunos estão sentindo dificuldade nos vestibulares porque não tiverem acesso a todas as informações necessárias (ou tiveram, mas de maneira precária), o que eles precisam é ESTUDAR! E não entrar na Universidade com déficit de matérias e conhecimentos (é inegável que com mais facilidade, a maioria dos alunos que ingressarão nos cursos não estarão realmente preparados).

Não sei se o projeto pensa em remeter ao sistema de cotas, mas a proposta abrange conceitos que o governo parece deixar de lado. Construir escolas feitas apenas de tijolo e cimento não garantirá uma educação de qualidade. Não fiz curso de Pedagogia, no entanto, como cidadã penso que estamos precisando de pessoas muito bem nutridas, não só de intelecto, mas de consciência de seu papel na sociedade, e que a escola tem papel fundamental nessa construção.

(imagens dos alunos nas aulas do Cursinho, que fica no próprio Instituto de Psicologia da USP, na Cidade Universitária em São Paulo)

O projeto da “Psico” me chamou atenção porque é uma INICIATIVA, um ato, uma AÇÃO, e não apenas uma proposta, daquelas que ficam no papel. Como disse a Lya ” Por que nos contentarmos com o pior, o medíocre, se podemos ter o melhor e não nos falta recurso humano pra isso?”.

Parabéns aos alunos de Psicologia da USP que saíram de suas salas para tentar trazer a quem não tem (ainda) a oportunidade que eles tiveram.

(fotos por Cursinho da Psico no Youtube).

texto por S.